Vamos falar sobre? - {AMAMENTAÇÃO}



Hoje abrimos espaço para uma discussão super válida e que pode ajudar muitas mamães!
Desde que começamos a trabalhar com fotografia e acompanhar de perto as famílias percebemos muitas dúvidas em relação a amamentação do bebê, dúvidas de mamães de primeira viagem, de pais e questionamentos de várias outras pessoas que convivem direta ou indiretamente com essa realidade.
Foi aí que decidimos buscar respostas de um jeito bem bacana.
Para isso, contamos com a super ajuda de uma pessoa muito querida e que se prontificou em responder algumas questões que recebemos a respeito da amamentação!
Queremos agradecer a Anelise Wendhausen Claudino pela ajuda e por ter paciência e carinho em responder todos os questionamentos apresentados.

Anelise é fundadora da Conforto Materno - Consultoria em Amamentação (Lages/SC) que orienta mães e famílias em todas as fases da amamentação.

Recebemos muitas perguntas e dentre elas separamos as que acreditamos ser mais pertinentes e que surgiram mais de uma vez.
É hora de perceber como algo tão natural pode ser tratado ainda de forma tão equivocada.

Gostaríamos agradecer de coração a Anelise por ter doado seu tempo e respondido essas questões!
Muito Obrigada!
Esperamos que essas respostas possam ajudar muitas pessoas e que possam explicar várias dúvidas e questionamentos 💗


Então, vamos as perguntas:


1- Amamentar dói?


Amamentar pode ser desconfortável e até um pouco dolorido nos primeiros dias, afinal a região passa a ter contato constante com saliva e sucção e a pele precisa se adaptar. O que se observa é um desconforto no início da mamada que vai aliviando no decorrer da mamada e NÃO CAUSA LESÃO, isto é normal nos primeiros 15 dias em média.
Porém, NÃO É NORMAL machucar, fissurar, rachar, sangrar. Caso isso aconteça, é necessária uma avaliação de mãe, bebê e mamada para realizar os ajustes necessários para a amamentação se tornar satisfatória.
Amamentar com dor é o principal motivo pelo qual as mulheres desistem da amamentação, então busque orientação adequada e apoio.


2 - Durante a gravidez existe alguma dica para que possa me preparar para amamentar?


A preparação mais importante durante a gestação é a informação. Buscar cursos para casais gestantes, rodas de conversa e apoio de profissionais amigos da amamentação torna os pais mais seguros para encarar todos os desafios do pós-parto. Além disso, propicia o convívio com outras pessoas que estão passando pelas mesmas angústias e desafios.
Quanto à preparação da mama existe uma única orientação: evite hidratar a região da aréola e mamilo com sabonetes, óleos ou hidratantes. Massagens, esfoliação, conchas, pomadas são desnecessários e contraindicados, pois aumentam os riscos de lesionar a mama e podem dificultar o estabelecimento da amamentação.

3 - Como sei que meu leite é suficiente para alimentar o bebê? Posso não ter leite suficiente?


Após a descida do leite, que acontece em média no terceiro ou quarto dia de vida do bebê, espera-se que ele faça em torno de 6 xixis em 24h. Avaliar o xixi é uma maneira segura de saber como está a ingesta de leite do bebê.
Até o momento da descida do leite é muito importante manter este bebê mamando o colostro da mãe, que sai em gotinhas porque o estômago do bebê é super pequeno. O colostro é uma substância muito rica tanto imunológica quanto nutricionalmente. Bebês saudáveis não precisam de fórmulas ou glicose antes da descida do leite, apenas colostro.
Mulheres que amamentam em horários rígidos, oferecem fórmula, chupeta e mamadeira ao bebê tendem a produzir menos leite, pois estimulam menos sua produção láctea. Quanto mais o bebê for ao seio, maior será o estímulo na mama, maior será a produção.
Alguns casos de intervenções mamárias, principalmente quando se retira tecido da mama, podem ocasionar diminuição da produção láctea. Porém, não existe maneira de saber se e quanto a mãe produzirá antes de se estabelecer a amamentação.


4 - Existe leite fraco?


Não. Nosso corpo tem a capacidade de selecionar os melhores nutrientes para a produção do leite. A mãe deve manter-se hidratada e nutrida satisfatoriamente para que não se sinta fraca.


5 - Existe alguma dica para facilitar a pega do bebê?
Shake de mamas, amolecer a aréola com massagem e ordenha manual, caso ela esteja endurecida, e “sanduíche” pra ajudar o bebê a pegar. Este vídeo explica direitinho:



6 - Minha alimentação influencia nas cólicas do bebê? Devo restringir realmente algum alimento?

Não existe motivo para evitar alimentos no puerpério de maneira preventiva. Evitar lacticínios, por exemplo, não previne alergias. Não existe consenso sobre os alimentos que têm efeito na digestão do bebê. O que causa desconforto para um bebê, pode não fazer nenhuma diferença para outro. Então a orientação é comer tudo o que tem vontade, se perceber que o bebê ficou incomodado com algum alimento evite consumi-lo nos próximos dias e depois teste novamente.


7 - É verdade que se eu der mamadeira ou bico ela não vai mais pegar o peito?

A maioria dos bebês que têm contato com bicos artificiais (mamadeiras e chupetas) desmamam precocemente. Estes acessórios promovem no bebê uma confusão de bicos (pela textura e tamanho diferentes do mamilo e aréola da mãe) e confusão de fluxos (pois o leite sai com velocidade e volume diferente do seio materno). Em consequência destas confusões os bebês passam a brigar, empurrar e rejeitar o seio culminando no desmame caso não haja intervenção precoce.

8- Como melhor posicionar o bebê para mamar?

A posição correta é aquela em que mãe e bebê estão confortáveis e relaxados. Geralmente isso ocorre com o bebê bem encostado na mãe, sua barriga encostada na barriga da mãe, seu rosto de frente para o seio e seu corpo e cabeça alinhados. A mãe geralmente fica mais segura quando pode apoiar seus braços para relaxar e mantém seus pés apoiados no chão ou em uma plataforma.
Passada a tensão do estabelecimento da amamentação, mãe e bebê encontram as mais diversas formas de se posicionar na hora da amamentação.

9 - De quanto em quanto tempo alimentar meu filho? Posso acordar ele para mamar?

O ideal é que a amamentação aconteça em livre demanda até os seis meses e depois deste período as mamadas sejam intercaladas com alimentação sólida. Na primeira semana de vida do bebê devem-se evitar intervalos maiores do que três horas durante o dia e maiores do que cinco horas na madrugada, pois nesta fase a amamentação está sendo estabelecida e este bebê está aprendendo uma nova forma de nutrir-se, o que antes era feito de maneira automática pela placenta. Após este período, bebês que estão se desenvolvendo, crescendo e engordando satisfatoriamente não precisam ser acordados. Os bebês que apresentam déficit nestes quesitos provavelmente precisarão ser chamados para a mamada por mais tempo.

10 - Meu tipo de parto influenciará na amamentação?

Muitos fatores relacionados ao nascimento podem influenciar no estabelecimento da amamentação.
Nascimentos fisiológicos, respeitosos, cujas vivências tenham sido satisfatórias e as recuperações tranquilas costumam resultar em experiências mais positivas no início da amamentação. Bebês nascidos a termo mamam com mais eficiência e o leite de suas mães desce mais rapidamente.
Já experiências negativas no nascimento, pós-partos muito dolorosos ou bebês que não tiveram seu tempo de amadurecimento intrauterino respeitado podem ter como consequências dificuldades para posicionar-se, segurar o bebê, bebês menos dispostos e com mamadas mais ineficientes.
Uma vez que a amamentação engrenou, a via de nascimento não mais influencia.

11 - Minha licença acabou e preciso voltar a trabalhar, mas gostaria muito de continuar alimentando meu bebê com meu leite, alguma dica de como devo proceder?

Com organização e apoio é possível estabelecer uma rotina de ordenha do leite materno para oferecer ao bebê na ausência da mãe. O ideal é que se ofereça em copo ou colher dosadora para evitar o desmame precoce.

12 - Minha filha irá completar dois anos, tenho ouvido muito que ela já está crescida para mamar no seio. Isso é verdade? Preciso desmamá-la?

O desmame pode acontecer naturalmente, pois à medida que os bebês amadurecem vão quebrando a simbiose com a mãe e passam a explorar o que o mundo tem a oferecer. Quando não há intervenção da mãe ou de bicos artificiais, o desmame natural pode acontecer até os quatro anos de idade ou mais.
A maioria dos bebês desenvolve condições de compreender e negociar a partir dos 18 meses. Se for do desejo da mãe, há possibilidade de iniciar uma condução gentil do desmame a partir desta idade.
A organização mundial de saúde recomenda que se mantenha a amamentação até os dois anos ou mais, mas o mais importante é ter consciência de que a decisão do momento do desmame cabe apenas à mãe e ao bebê.


Anelise Wendhausen Claudino é mãe de Antônio de 3 anos, Francisco de 2 anos e Bernardo de 7 meses. Fundadora da Conforto Materno - Consultoria em Amamentação (Lages/SC) que orienta mães e famílias em todas as fases da amamentação com ênfase em: preparação de casais gestantes para a amamentação, dificuldades no pós-parto, amamentação e volta ao trabalho, processo de desmame conduzido gentil. Cofundadora mediadora do Grupo de apoio Mães in Verso (Lages/SC) que realiza rodas de conversa mensais com abordagem de temas relacionados à gestação, parto, puerpério, amamentação e criação de filhos. Idealizadora do canal no YouTube Karaokê Materno onde são postadas paródias descontraídas e informativas sobre as dificuldades enfrentadas após a chegada dos filhos.
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